quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cachaça tropical

Jardim Tropical está na corrida pela premiação de sábado

A chapa esquentou nas oficinas do projeto "Minha Rua Tem História", em Jardim Tropical. Renato Jamaica, o oficineiro da área, não tem dado moleza para os jovens que participam das suas dinâmicas. Toda semana, Jamaica tenta surpreende-los com alguma novidade. Dessa vez não foi diferente. Buscando dar uma aquecida na massa cinzenta da galera, o oficineiro sugeriu um ótimo exercício para a criatividade. Exigindo velocidade no raciocínio, Jamaica pedia para que cada jovem falasse uma palavra relacionada ao termo "obra", após ouvir o termo do colega, outro jovem teria que dizer uma nova palavra. "Faço isso para descontrair e aquecer a rapaziada", explica Jamaica.

Com a turma aquecida, o oficineiro deu início a dinâmica que precede a missão dessa semana: trazer uma história sobre alguma obra realizada na casa, na rua ou na vida de alguém próximo ou da própria pessoa. Sabendo que esta memória vale prêmio, Ricardo Jamaica prepara seu time para fazer bonito na grande Gincana Social Minha Rua Tem História, que rola todo sábado, na Vila Olímpica de Nova Iguaçu. Como todo time que se prepara para uma final, os jovens da turma C do Jardim Tropical começaram pelo jogo amistoso, e promoveram, ali mesmo, um racha entre equipes.

Ao dividir a turma em dois grupos, Jamaica formou dois times que deveriam defender a todo custo sua bandeira. O objetivo do jogo era o seguinte: Um grupo deveria dar dez palavras relacionadas à obra. No outro grupo, uma pessoa deveria fazer mímicas para cada uma das dez palavras. O grupo que acertou mais palavras venceu o jogo.

Depois do treino, todo mundo queria falar de alguma história sobre obra. Para não estragar a surpresa das histórias, o oficineiro acalmou os ânimos e reservou a energia dos jovens para o fim de semana. Mas como ninguém é de ferro, Ricardo Jamaica permitiu que o jovem Ronie, da turma c, contasse uma história, só para aliviar os curiosos.

O conduite

Um dia minha mãe foi trabalhar e disse que um pedreiro viria consertar o conduite que fica na parede da sala. Quando deu a hora certa, o pedreiro chegou para fazer o serviço. Eu o atendi e disse que se ele precisasse de mais alguma coisa era só me chamar no quarto. Fui tirar um cochilo. Quando eu acordei, não encontrei o pedreiro. Só vi um bilhete em cima da mesa escrito: "passei mal. Fui ao hospital". O pedreiro foi parar no Hospital da Posse.

Adivinha quem atendeu o pedreiro quando ele chegou no hospital? Minha mãe, que logo perguntou:

- Ué, não era para o senhor estar lá em casa trabalhando?

- Era, mas passei muito mal e vim parar aqui - respondeu

Minha mãe fez os procedimentos necessários para que o pedreiro fosse atendido logo.Mais tarde, quando minha mãe chegou em casa, ela descobriu que a coleção de minigarrafas de bebidas alcoólicas dela havia desaparecido.

domingo, 7 de setembro de 2008

Um lugar ao sol

Com 24 anos, a dona de casa Vânia Renata Ferreira de Oliveira é casada com o recepcionista Márcio, com quem tem uma filha chamada Julia, que está com um 1 ano e três meses. Foi em nome do futuro dessa família que ela entrou no Pro Jovem, onde enxerga possibilidades de vencer a grande guerra por um lugar ao sol. O curso de radiologia, a primeira atividade em que ela se envolve desde a conclusão do ensino médio, foi o primeiro ensaio para essa volta à vida.

Vânia mora na Rua 1º de Janeiro, em Jardim Tropical, em uma das três casas construídas no terreno comprado por seu avô. Foi graças ao carisma do avô que ganhou as 10 horas de internet em uma lan house do bairro e o MP4 na tarde do último sábado, no primeiro grande evento da gincana social Minha Rua Tem História. Nessa história, ela contou a relação do seu avô com a árvore pata de vaca, cujas folhas são usadas pela comunidade para fazer chá para problemas renais e colesterol alto.

A árvore é também a única sombra da rua, embaixo da qual os moradores gostam de conversar nas tardes de calor da Baixada Fluminense. No entanto, apenas o seu avô se dá ao trabalho de varrer as folhas que caem. “Todo dia ele varre a rua”, conta Vânia Renata. A comunidade está tão acostumada com a figura daquele senhor curvada sobre uma vassoura, que logo pergunta quando ele não aparece para varrer as folhas da rua: “Seu avô está doente?”

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nossa história

Jovens mostram a cara no “Minha Rua Tem História”

Ao chegar à oficina do projeto “MINHA RUA TEM HISTÓRIA”, todos os jovens repórteres se apresentaram. Foi um momento bem descontraído. Na chegada, houve até intera para comprar pão com mortadela e Pepsi. Daí, surgiu o trato: toda sexta-feira, cada um leva um lanchinho.

Ricardo Jamaica, oficineiro de 45 anos, determina união entre todos ali, sem preconceitos, sem medos, e pede também que todos cobrem a presença de seus amigos nas oficinas.

As dinâmicas
Jamaica pega uma bola e diz que ela seria uma espécie de ''nosso próprio corpo'', nosso contato, e pede que todos a peguem com as duas mãos, com muito cuidado para não cair, sempre na altura do peito, e sem tirar o olho da bola. Conforme um fosse jogando a bola para o outro, iriam dizendo seus nomes e assim por diante. Isso foi repetido durante um tempinho.

Logo depois, ele determinou uma proposta nova, que continuassem jogando a bola só que falando o nome da pessoa que a pegaria. Assim, começou a ficar bem mais dinâmico e divertido. Jamaica sempre mudava para dificultar. Em seguida, a assistente Cíntia Xisto se apresentou e falou sobre a importância da formação cidadã que todos estavam passando. Antes de ouvir as histórias sobre as árvores plantadas em suas ruas, a oficineira pediu para que o jovem Márcio José lesse uma crônica escolhida por ela.

Cíntia distribuiu giz para que as pessoas escrevessem sua história sobre as árvores. Os jovens desenharam uma árvore no chão e a cada história contada, eles tiravam uma palavra importante. Saca só.


Alguns de nós

Nome Márcio José Detes >> 26 anos >> Desempregado. Faz bicos na padaria.

Orkut: http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=10777713693398895498

O que acha do projeto
Um novo aprendizado. Quero aumentar meu currículo para conseguir um novo emprego e poder criar meus dois filhos.

Nome Suzani Raimundo da Silva >> 19 anos >> Manicure.

Orkut www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=15757974295506496185

O que acha do projeto?
Quero uma base melhor pro futuro, ter um bom conceito no currículo para ter um bom fundamento em novos empregos

Mais histórias

>> Elaine Costa
Elaine conta a história de uma árvore que tem o tronco grosso e com muitos espinhos. Na época de pipa, as pipas caiam lá e as crianças iam correndo pegá-las, mas todos tinham medo de subir devido aos espinhos.

>> Jadson
Ele falou de uma mangueira enorme que sempre sonhou em subir, mas era grande demais. Um belo dia ele subiu e quase caiu. Jadson disse ter aprendido a nunca desistir.
Palavra escolhida, NUNCA DESISTIR.

>>Márcio José
Márcio traz um pouco da memória de sua infância, e nos conta que tinha um coqueiro em sua casa onde ele e seus irmãos brincavam. Márcio conta que, uma vez, um cacho de coco caiu e todos correram. Sorrindo, ele diz que seus irmãos ainda caíram durante a correria. DIVERSÃO.

>> Suzani Raimundo
Suzani se lembra de uma jabuticabeira enorme que subia quando era criança. Ela diz que as crianças saíam com as calças roxas. No ano de 1997, uma ventania arriou-a. Logo depois, em 1998, outra ventania deixou a árvore ainda mais caída . Em 2000 a árvore caiu de vez. Para completar, alguns moradores cortaram o tronco e tacaram fogo para que ela não crescesse mais. Palavra escolhida, NATUREZA.

>>Ulisses
Cresceu brincando nos topos de árvores. Um dia começou a parar um caminhão debaixo de uma árvore e, junto com seus amigos, competiram para ver quem conseguia pular em cima do caminhão. Ele conta que três conseguiram. Ele foi um dos que conseguiu. Ele diz que aquilo era um desafio para todos, e não um sonho. Palavra escolhida, AVENTURA.